Revista Aplauso, Porto Alegre, ano 3, nº 22, 2000.Páginas 28-34
Lendo a reportagem acima, da aula de Música na escola, me senti com os pés no chão. Tem músicas que eu me nego a escutar.
Segundo a reportagem, "No caso da música popular brasileira - pelo menos nos últimos longos dez anos! -, essa porcaria emana sobretudo de inesgotáveis alê-auês que celebram desde frondosas dores-de-cotovelo até ela, preferência nacional, a bunda."
Logo a música com suas melodias harmoniosas que deveriam servir para emanar a delicadeza ou até o questionamento, o ritmo da vida, o compasso do coração, difundir a cultura, é utilizada de forma tão banal para a glória da indústria fonográfica brasileira.
Coloco aqui um questionamento que deixei no fórum de música. Nós educadores temos uma certa parcela de culpa. Afinal, conforme a matéria "O que geralmente acontece no universo das rádios, levando milhares de pessoas a movimentar as altas cifras da indústria do entretenimento musical, é a repetição."
Então, nós convivemos com nossos alunos durante, no mínimo quatro horas por dia, cinco dias por semana.
Que tal presenteá-los com repetidas doses de boa música?
Conforme o texto de Fanny Abromovich, Literatura infantil:gostosuras e bobices "o ritmo que o sentimento transmitido através de boas histórias e poesias é dado pelos olhos que vão seguindo linhas e linhas, pela voz que fala, pelo corpo que se move junto, seguindo o compasso dos versos, a cadência do poema, o envolvimento acontecendo por inteiro. Pode ser lindamente bailável, leve, rodopiante, Como um dos poemas de José Paulo Paes em É isso ali:
valsinha
é tão fácil dançar uma valsa,rapaz
pezinho prá frente pezinhoprá trás
prá dançar uma valsa é preciso só dois
o sol com a lua feijão com arroz"
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