sexta-feira, 22 de janeiro de 2010


Confesso que antes da interdisciplina Educação de Jovens e Adultos no Brasil a função da EJA não estava clara para mim que chegava a confundi-la com o supletivo, mas conforme lemos a EJA é uma modalidade recente e sempre colocada em segundo plano pelo sistema, felizmente somos privilegiados pela inserção desta disciplina no PEAD.

É importante ter clareza de que conforme diz a Constituição é preciso “procurar visar a igualdade diante da diversidade destes alunos”. Alunos estes que foram excluídos e oprimidos e que precisam construir a compreensão dos limites e possibilidades que caracterizam esta sociedade opressora proporcionando-lhes situações de aprendizagem de acordo com as suas especificidades para poder desenvolver-se e agir exercendo seu direito de cidadania com autonomia e segurança proporcionando-lhes direito a atualização permanente.

Esta educação libertadora sempre foi defendida por Paulo Freire que através de uma amorosidade incomparável sempre valorizou o saber construído pelos educandos antes mesmo de chegarem a escola e é peculiar a aprendizagem que a vida proporcionou a estes jovens e adultos que devem ser absorvidos por uma educação que os apóie, valorize e os faça refletir sobre o mundo em que vivem proporcionando uma decisão entre o permanecer e o transformar.

Ao longo deste semestre mudei totalmente minhas concepções sobre a Educação de Jovens e adultos pois através do embasamento teórico oferecido e da visita a uma escola onde tive a oportunidade de conversar tanto com alunos quanto com professores desta modalidade de ensino me senti pela primeira vez muito entusiasmada a trabalhar com EJA.

Pelos resultados da pesquisa realizada por meu grupo ainda temos muito que andar para alcançar os ideais propostos por Freire mas consegui sentir a vibração do gosto pela escola apesar do cansaço após um dia estressante de trabalho e também da energia principalmente do diretor da escola citado pela grande maioria como uma pessoa muito bacana que entende seus problemas e que se mostra brincalhão e atencioso com todos.

É muito bom saber que esta escola está encontrando a sensibilidade nos educadores para compreender estes alunos que muitas vezes chegam a escola sem motivação para aprender com um histórico de baixos salários, insatisfação com a profissão e que possivelmente origina-se no fracasso escolar, certamente uma realidade de vida muito complicada.

Nenhum comentário: